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Agência de risco prevê recessão nos EUA e na Zona do Euro

Projeções da Fitch Ratings se devem ao agravamento da crise energética e aumento da inflação.

Com o agravamento da crise energética na Europa, a inflação crescente em boa parte do mundo e o movimento global de aumento de juros, a agência de classificação de risco Fitch Ratings, uma das três maiores do mundo, reduziu drasticamente as previsões para o desempenho da economia mundial neste e no próximo ano.

Em relatório divulgado na quarta-feira 15, a agência reduziu a estimativa para alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022, de 2,9% para 2,4%, e em 2023, de 2,7% para 1,7%. A piora nos números se deve, em parte, às expectativas de que a Zona do Euro e o Reino Unido entrem em recessão no fim deste ano e os Estados Unidos, no ano que vem.

Quanto aos EUA, a agência revisou para baixo a projeção de avanço da atividade econômica em 2022 (de 2,9% para 1,7%) e em 2023 (de 1,5% para 0,5%). Para a Zona do Euro, o cálculo é de uma queda de 0,1% no próximo ano, 2,2 pontos porcentuais a menos do que o previsto anteriormente.

A Fitch também diminuiu a estimativa para expansão do PIB chinês em 2022, de 3,7% para 2,8%, e em 2023, de 5,3% para 4,5%. “Tivemos uma tempestade perfeita para a economia global nos últimos meses”, disse Brian Coulton, economista-chefe da agência, citando a crise energética na Europa e a queda cada vez maior no mercado imobiliário chinês.

Projeções para o Brasil

A Fitch também revisou as projeções de crescimento do PIB do Brasil tanto para este ano quanto para o próximo e o cenário para este ano é positivo: a agência de risco estima crescimento do PIB de 2,5%, ante 1,4% estimado anteriormente. A prévia do PIB divulgada nesta quinta-feira, 15, pelo Banco Central indica que a economia cresceu 1,17% em julho.

Para 2023, contudo, a Fitch projeta uma desaceleração, baixando a estimativa para 0,8%. Antes, a taxa esperada era de 1,0%. Segundo a agência, a desaceleração é esperada por causa dos seguintes fatores: o efeito defasado do aperto da política monetária doméstica (a elevação da taxa básica de juros, a Selic), o crescimento global também mais lento, as condições de financiamento externo mais apertadas e as incertezas relacionadas ao ciclo eleitoral do próximo mês.

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